Bem vindo às Terras de Salém. Onde a Magia nunca tem fim.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A Porta


Como Alice
Que despenca no túnel mágico do Tempo
Eu caí aqui
Nesse século de costumes estranhos
Onde os olhares não se olham mais
Onde grandes monstros de metais
Passam velozes uns pelos outros
Zunidos
Sons indecifráveis
Ruídos
Lá longe ouço uma flauta
E minha alma se enche de Paz
O cheiro do campo ainda trago impresso na alma
As cores das frutas, a música que enchia toda a vila
De uma harmonia interminável
A feira, com seus mercadores de poções e tecidos
Os tenho aqui gravado em meu peito
Sonho ou realidade?
Não sei
Sei que a esse lugar não pertenço
Não me dou a ele
Não me convenço
De que em algum mercado
Perdido no Tempo e no Espaço
Não possa haver uma porta
Um túnel mágico de Alice
Onde eu também possa despencar de volta

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Das Santas Guerras


Me abster de lutar?
Não, não irei!
Chutar um cão morto?
Não, não irei!
Fugir do que sinto?
Não, não irei!
Apunhalar pelas costas?
Não, não irei!
Gritarei, se for preciso...
Ah, o grito!
O grito que a tudo e todos liberta
O grito que é o estopim do incêndio na alma
Depois do grito, a calma...
E a fúria decisiva
Tu me julgas sem conhecer
Tu me julgas sem saber
Que o dever de amar é livre
Tu achas que pode
Com teu olhar inquisidor
Concluir o que é o amor
E o que não é
(...)
Medo, não sentirei
Dor, já me esqueci
Força, tenho de sobra
Coragem, me transborda
Porém o que ganha uma guerra
É a palavra sincera
Que sai do peito do lutador
E todo sentimento
Seja ele qual for
Desde que bom seja
Esse não se vence
Nem com toda a peleja
Porque ganha a guerra está
Se o Amor a teu lado brigar.
Me abster de lutar?
Não.
Não irei...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Tempestade


No fundo de um mar revolto
Eu mergulhei sem pensar
Tsunamis
Maremotos
Netuno a me fisgar
Ondas batem em meu rosto
Não consigo me salvar!
Vejo sereias encantadas
A rir de meu pesar
Me debato, luto muito!
Não vou me entregar!
Sinto tentáculos em meu corpo
Monstros a me pegar
Corais me ferem a pele
Meu sangue tinge o alto-mar
Nado, respiro,
Busco fôlego
Volto a enxergar
Debaixo d’água turva
A tempestade a me caçar
Nessa luta interminável
Minha contra o mar
Sinto as forças me deixando
Vejo o fim se aproximar
Mas, num segundo abro os olhos
Me vejo acordar
Em meu quarto de estrelas
Luz da lua a me banhar
Numa noite-tempestade
Doce vento a me soprar
Num sonho-realidade
Em tua boca
A me afogar...

domingo, 11 de novembro de 2012

Luta

Sigo você
Ouço você
Sonho você
Sinto você
Te falo
Te leio
Te anseio
Te embalo
Te quero
Te espero
Te odeio
Perco-te
Amo-te
Deixo-te
Sofro contigo
Choro contigo
Morro contigo
Gozo contigo
Onda leve
Breve
Escreve
Apaga

Relê
Decide
Reluta
Vai
Volta
Grita
Chuta
Mas te ama assim
Desnecessariamente
Sem começo nem fim