Alçar um vôo leve e sereno, num céu de estrelas cintilantes
Pousar com calma num gramado verde e brilhante
Onde me esperem para brincar coelhos e esquilos
Quero morrer neste mundo sem consolo e sem perdão
Quero acordar renascida em mim mesma, na imensidão
E me reconhecer - a criança sorridente que nunca fui
Com o olhar perdido no balão que sobe mais e mais no azul
Quero nascer no outono das folhas avermelhadas pelo tempo
Crescer no inverno recolhida em calor e semente
Debutar na primavera das flores e do vento
E no verão ameno estar madura em corpo e mente
Quero morrer enfim, para o medo e para o nada
Voltar em muda escolhida a dedo e replantada
Quero morrer para a dúvida e a incerteza
E voltar em fruto colorido sobre a mesa