Bem vindo às Terras de Salém. Onde a Magia nunca tem fim.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Lágrimas de uma mulher


Hoje compartilho com vocês, queridos aprendizes de feiticeiro, um belíssimo poema-canção de Guilherme Arantes, um grande mago das palavras.



Que mistério pode haver, na lágrima de uma mulher
Quando abre os seus segredos
Que momentos de aflição há no tremor da sua mão
Onde esconde os seus medos
No abandono do teu pranto eu me perdi
Não sabia o que dizer pra consolar
Tive raiva destas mágoas que puseram em você
Tive pena dos que nunca te puderam conhecer
Eu sinto muito cada dor que te marcou
Ou que modificou o teu jeito de amar
Dos estragos improváveis de um carinho de curar
Os escudos invisíveis para um homem penetrar

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Se a palavra sai


Se a palavra sai
Ela se vai de mim
E se esvai
Do que não sei, a fim
Puro prazer
Movimento meu
Atento
Descontento
Acalento o sonho que se perdeu
Volto breve
Leve
Lebre
Corro
Paro
Morro
Renasço
Sol
Chuva
Mormaço
Apenas ouço, então
O som do meu passo
E a palavra me retorna
Água morna
Num dia de cansaço
Subo
Desço
Desfaço
E a palavra me aperta assim
Feito um abraço
Segura em meu pescoço
Quer me sufocar
Me dói no osso
Deixo então que ela se vá
Mas ela volta
Sempre volta
Num eterno gemido
A me sussurrar no ouvido
Jamais vou te deixar

sábado, 15 de setembro de 2012

Atemporal


Toda poesia é atemporal
É particular
É crucial
É de si para si
E dos outros também
Mas julgar-lhe boa ou ruim
Não nos convém
Sou sol e lua
Sou terra e mar
Sou dia e noite
Sou vestida e nua
Sou sorrir
Sou pesar
Sou seu pior pesadelo
Sou seu melhor sonhar
Se queres um conselho
Melhor não me provocar
Porque uma vez provocada
É impossível me parar
Então ouça o que te digo
Sejas tu meu amigo
Porque se amiga, sou das boas
Inimiga sou melhor
Porque se boa sou ruim
Ruim, sou bem pior



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Os Olhos da Dor


Talvez de todos, já nascidos
Dos poemas, o mais doído
Sim, com lágrimas concebido
Não nego
Mas não por isso, menos belo
Talvez o mais belo de todos
Porque doído há de ser
Hoje vi teus olhos
E doeu em mim a tua dor
Dor misteriosa
Dor não sei do quê
Mas vi e me marcou
E marcado ficará
A dor de te querer e não poder
Ah que dor essa que dói
Que machuca
Que corrói
O meu e o teu ser
Sei quem tu és...
Quis correr atrás de ti
Chamar-te pros meus braços
Dar-te o meu calor
Vês o quanto dói?
Tanto dói que até constrói
Esse belo poema de amor
Cá estou eu agora
A saborear você
Tua bebida preferida
Aquelas duas que, contidas
Contém o teu querer
Teu querer de me querer
De me querer e não poder
Será?
Será que é engano meu?
Diz que não passou de ilusão
De uma doce confusão
Que fiz dentro do meu ser
Esse ser confuso que se encanta
Que se deleita e se espanta
Com o meu e o teu prazer
Esse prazer que é só nosso
Que ninguém há de nos tirar
Diz que não quer ficar
E acaba logo com essa dor
Tira de mim esse calor
Que tu cismaste 
De em mim plantar
Com esse teu jeito
Esse pesar
Que carregas em teu ser
Essa beleza cruel
Amarga como fel
Mas doce de provar
Quero-te tanto meu amor
Não conte
O humano coração com mais verdade
Livre, porém, vou lhe deixar
Para que decidas o que pensar
O que fazer e realizar
Mas saiba que essa alma
Essa alma que se espanta
Que se deleita e se encanta
Com teu calor e teu pesar
Segue te esperando
Te querendo
E desejando
Teu puro amor compartilhar
Segue na certeza
De uma nobre singeleza
Bem particular
Que é a certeza que bem poucos
Carregam na existência
A certeza de que tu e eu
Fomos feitos para isso
Apenas concebidos
Encontrados e perdidos
De uma simples querência
Feitos para amar
Simplesmente, nos amar

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Vícios


Ah vício bendito que tu és!
Que se me satisfaz
Faz-se logo fugaz
E quero-te outra vez
Ah vício terrível!
Que sinto falta todo o dia
O dia inteiro e um pouco mais
E me transforma a tez
Se não o tenho
Quero-te, quero-te
Quero-te mais, quero-te além!
E assim querendo-te sem desdém
É que me vejo escrava tua
De uma escravidão porém
Que livre me mantém
Me veste a alma de Beijos
E o corpo de Lua

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Mil e um corações


Ela dorme
Dorme porque precisa acordar
Da realidade há de escapar
E sonhar sonhos proibidos
Ela dorme
Deita sobre seus sonhos
Como quem deita sobre a relva
E numa fração de segundos infinitos
Mergulha no nada
Ela dorme
Acorda sozinha numa encruzilhada
E sente-se só
Mas está acompanhada
Ela dorme
Ele dorme ao seu lado
Seu peito arfante dá sinal de que está vivo
Em seu lábio um meio sorriso
Da lembrança do amor
Que na noite ficou impregnado
Ela dorme
Mas nunca está sozinha
Ao seu lado deitam-se sonhos
Que ao dormirem
Despertam a grande Rainha
Para o mundo mágico de suas emoções
Nesse mundo só cabem
Seus mil e um corações

domingo, 9 de setembro de 2012

Pat.



Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."



...Se meu nome é Renata, Luciana, Cristina ou Ana Paula, não importa, sou Patrícia e isso não muda nada. Não sou namorada, noiva, esposa ou amante. Monocromática por opção, não estou propensa à amizade colorida. Ainda assim, reconheço que a cor negra é minha preferida (afinal democraticamente mistura todas as cores). Recuso tons pastéis e admiro o encarnado. A ausência de luz não me amedronta, enxergo bem melhor no escuro, mesmo assim prefiro estar à meia luz. Se sou estranha, esquisita, diferente excêntrica ou exótica, tanto faz, pois tudo é o mesmo e pode ser diverso aos olhos de quem me vê. Sou canhota, sou sinistra, sou eu mesma, sou pessoa e diferente do Fernando não tenho heterônimos, apenas a arte de sobreviver, sabendo que navegar é preciso... me identifico com Álvaro de Campos e a sensação de ser estrangeira em qualquer lugar do mundo. Sei exatamente e principalmente o que não quero. Não admito ser escolhida por homem nenhum, faço a minha escolha, e se ele não me quiser, tenho determinação suficiente para não ficar ao dispor e a mercê de suas vontades. Além disso, quem perde é ele, sem falsa modéstia, sou especial. Meu posicionamento é fazer o que me faz bem, mesmo que não seja nada reconhecido em cartório ou faça parte das convenções sociais. Imponho que não há regras no amor nem na dor, também, não há jogos de conquista, tão pouco de manutenção da mesma. O encanto há de ser espontâneo, a vontade há de ser carnal, o envolvimento há de ser espiritual. Tem que haver também amizade, parceria, lealdade e comprometimento. Ninguém vai conseguir me modificar, entendi que de fato as pessoas não mudam (e também que elas mentem). Prefiro dizer a verdade, sabendo que ela absolutamente não existe. Atribuo a espontaneidade ao 1° de abril, por achar a data que estreei divertida, e tanto faz se Áries ou Marte me dão predisposição à luta. Trabalho muito e não espero que ninguém se orgulhe de mim, me orgulho eu mesma de conseguir suportar esse cotidiano maluco que tenta uniformizar os indivíduos. (Sou o sujeito que tem consciência de seus predicativos). Sendo forte, também sou sensível, intensa, chorona, falo alto e estou sempre rindo. Não sou bipolar, mas às vezes transito pelas antíteses... Quando bebo muito não me esqueço de nada, nem da dor de cabeça, nem das minhas responsabilidades. Mulher menina, mãe e filha... Quero e vou viver um dia de cada vez, apreciando o doce e às vezes amargo sabor da descoberta. Se no final de tudo nada tiver sido ou acontecido, não me importo, pois como disse Roberto (o Carlos) “Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”. E...para quem não me conhece, e quiser perguntar alguma coisa, já vou logo dizendo que não vou responder, ainda assim muito prazer...

Pat.

Texto escrito pela minha irmã e amiga, Patrícia Correa.

Universo


Tu, meu felino
Meu pequeno, meu menino
De doces olhos alegres e curiosos
Tu estás tanto em mim
Que me sinto também parte de ti
Meu amigo e companheiro
Sagaz, ligeiro
Não me deixes aqui jamais
Foste e voltaste
Tantas e tantas vezes nessa vida
Com cores e olhares os mais diversos
És parte de meu mundo
És meu sentimento de Amor mais profundo
Dentro de meu Universo
Um universo paralelo
Onde saltas numa velocidade
Que meus olhos não te podem alcançar
Se aconchega em meus braços
Deita em meu colo
E esqueces
Para sempre
Todo o resto.

Irmãos de Alma


No calor a consumir-me corpo e alma
Em uma noite, de sentimentos e emoções, vazia
Tu surges
E preenches-me com tua poesia
Como viver sem ti?
Sem tuas frases ditas na hora certa
Sem tua sabedoria que me apoia a cabeça
E sem a palavra doce que de teu lábio escorre?
Não
Não desejarei de nós
Irmã, Irmão
O Tempo com sua espada cruel
A apagar nossos sorrisos
Em laços de invisível véu
Forte como uma teia
Estamos atados
Somos almas que se reencontram
E se reconhecem
Cujos caminhos há muito
Foram traçados

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Belo e Maldito


Segundo Oscar Wilde "A felicidade de um homem casado depende das mulheres com as quais não se casou."... E eu não me casei com você... Não lamento... Pois não faria isso, você não é mulher que se casa... Sua liberdade incomoda por me mostrar o quanto estou preso a mim mesmo... E me seduz... Quando sorri está exatamente com vontade de sorrir e se chora não tem vergonha, não esconde os olhos vermelhos e nariz por escorrer. Como criança diverte-se em breves tardes de sol tomando vento na cara numa daquelas fugas com hora marcada... Sabe e se permite ser feliz enquanto eu confundo felicidade com estabilidade. Sua hora de viver é agora, e numa fração de segundos transforma o antes em magia e o depois num sonho... Belo esse sentimento e maldita ausência que ele sugere... Estou pensando no que me disse com suas metáforas desesperantes “Impossível seria dizer que está tudo errado, independente de não haver lugar para um na vida do outro, esse é o momento em que tudo se acerta... Separados somos belos e maldito é esse tal amor...” Adeus.

Pat.



Texto escrito sábado passado para o Sarau Solidões Coletivas In Bar - edição especial "Belos e malditos" -
Por  Patrícia Correa


Quatro Estrelas Vermelhas

Seria em breve a raça humana extirpada?
Pela lava do Vesúvio em estátua transformada?
Pelo olhar de uma Medusa pós-moderna petrificada?
Quatro estrelas vermelhas no céu foram contadas.
Mas há agora
Um campo de flores perfumadas
Onde animais correm livres pelos canteiros
E há pessoas. Sim pessoas!
Pessoas de mãos limpas.
De alma pura como o Sol.
Homens e mulheres que um dia foram últimos.
Mas hoje, são primeiros.


Com uma ajuda do amigo Marcus Rocher

Quarto de Menina


Ah um quarto de menina!
Nada nesse mundo se compara a um quarto de menina.
Seu perfume, de tantos outros perfumes misturados,
dança no ar.
As pedras dos brincos na borboleta de enfeite da parede pendurados,
brilham no ar.
O som das risadas, em tardes inteiras deliciosamente desperdiçadas,
ecoam no ar.
Echarpes e lenços e meias de seda com broches de libélula,
voam no ar.
No ar de um quarto de menina,
só é permitido sonhar.
Só paira no ar de um quarto de menina,
tudo o que for referente a amar.

Dedicado à amiga de ontem, de hoje e de sempre, Raquel Leal.

Pégaso


É chegado o momento da doçura
Quando iluminar-te a tez a luz da Lua
E despertar em ti o mais profundo desejo
Tira de teus olhos, ó Grande Rainha
Essa sombra triste
Porque a duração de um suspiro tem o beijo
Ou da eternidade
Cruza teus olhos, por um breve instante que seja
Com a luz do luar
E revigora-te em toda a tua força e plenitude
Toma teu cavalo alado e branco, ó Grande Deusa
E apressa-te, pois longa é tua jornada
Cavalga célere sobre as planícies perfumadas
Para que tenhas tempo de usufruir de todo o sentimento para ti guardado
Para que sejas, tu também, contemplada, admirada, desejada
Para que possas ser beijada nos lábios com tanto fulgor e doçura que nem mesmo o mais doce vinho consiga inebriar-te tanto.
Para que o Amor Sublime a preenchas com toda a Força do Universo
Universo este no qual tu estás contida e do qual és parte indissolúvel.
Olha o horizonte e vê realizado o teu sonho mais secreto, além
Voa ao invés de cavalgar
Pégaso irá também
Presenciar
A semente do Deus Cornífero e Guerreiro em teu ventre germinar
E com vossos sangues de linhagem nobre
A magia destas Terras ocultas, perpetuar.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Daqui


É que eu não sou daqui
Não é meu esse lugar
Esse lugar não me pertence
Não me pertence esse tempo
Não me pertence esse pensar
Minha hora de voltar
Quem me dera eu soubesse
Minha hora de voltar
Esse lugar não me pertence
Não é meu esse lugar
Esse tempo não é meu
Não é meu esse pensar
Quem me dera se eu soubesse
A minha hora de voltar...















Contemplações de um Guerreiro


Quantos homens tu conténs?
Um exército inteiro.
Sozinho, és capaz de destruir o mundo,
E reconstruí-lo em seguida
Ainda mais belo.
Quantos sonhos tu conténs?
O de todas as amantes
Bem aventuradas por ti tocadas
E o pesadelo de teus inimigos
Que de ti só escapam porque dormem
Quantas vitórias tu conténs?
A de todos os reinos
A de todos os justos
As vitórias daqueles que lutam por seus ideais
E nunca se calam
Quantos amores tu conténs?
O dos arrebatados pelo Espírito
Que em seu louvor, a Ágape se entregam
O dos apaixonados pela Carne
Que em seu êxtase são levados por Eros e nunca mais são vistos
O dos que amam o mundo como um todo
E Philos os leva então, pela mão, para que sejam nossos bem-feitores
Então tu, que conténs tudo
Ao contemplar o céu estrelado
Ao sentir sobre os ombros o calor do sol
Tu, meu amigo, meu irmão, meu pai, meu filho, meu algoz, meu amor
Tu levarás, ainda uma fração de segundo
Até perceberes que és tudo
Mas nada serás se não te enxergares 
Dentro do único homem
Que a ti contém
E que nele, tu, grande guerreiro da Noite dos Tempos, estás contido.
Contempla-te, nesse exato momento, a ti mesmo.

Dedicado ao meu amigo Aquiles Peleios

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Partido


E eu aqui, perdendo o brilho
Ressuscitado, obturado
Seguindo o caminho que não tem atalho
Seguindo a trilha sem ouvir o rio

Meus olhos frios um olhar lançam
O meu sorriso não existe mais
Minhas descrenças neste altar de paz
Minhas angústias nesta terra dançam

Morri, chorei, fui e não voltei
Senti, quebrei, mal interpretei

Tudo o que se foi, perdido
Tudo o que não foi, amei...

Das Terras de Salém

Salém...
Onde todos os sonhos são permitidos.
Onde as palavras ecoam pela Eternidade.
Salém dos Amores.
Onde a poesia entra, se instala.
E se faz verdade.