Bem vindo às Terras de Salém. Onde a Magia nunca tem fim.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Eterno em Nós





E então a Deusa fez o mundo
E junto com Zeus nos criou

Dos abismos mais profundos
Ao mais forte vento que ventou
No alto da mais alta montanha
Lá estávamos nós
Atravessado planícies
Juntos, a sós

Cruzando cordilheiras e oceanos
Lado a lado lutamos
Fomos noite, fomos dia
Fomos o eterno em nós

Irmãos
Pai e mãe
Amigos
Amantes
E o que podia ser uma aventura errante
Virou paz
Virou abrigo

Eu te descobria
Conhecendo-te o brilho negro do olhar forte
Sorriso calmo que prenuncia a morte
Como a maciez do andar do lobo traz o sol do novo dia

Conheço a força de teus braços no abraço
E a intensidade com que matas o inimigo
Ah! Sim, conheço bem!

Conheço todas as guerras inatas
Todas as lutas insensatas
E as vitórias perdidas também

E tu me olhaste e me viste fêmea
Me viste estrela do Oriente
Me viste luz

Luz que te guiava, iluminando tua estrada
Te conduzindo pela mão
Às doces terras do coração

Prazer alucinante e dor
Aconchego viciante
Provocante amor

Mas as escolhas que fizemos desta vez
Nos separou em corpos
Nos endureceu a tez
E deixei-o só, e me vi só
Andando por caminhos tão distantes
Que agora pisam teus pés, o pó

Quem dera nos tivéssemos
Conhecido em outros tempos
Antes de fatídicos acontecimentos
Que por fim, nos separaram

Se tudo fosse diferente
Se nada impedisse a gente
De lutar uma luta fatal
Hoje um estrela só sua
Brilharia no seu quintal

Viveria a podar as anãs
As pequenas estrelas pagãs
De sabedoria ancestral

Mas o mistério permanece
Num segredo de ti para mim
Que tu finges não saber que sei
E eu finjo não dizer que é assim

E dessa forma, seguindo a girar
A roda que é o pensar
Mas também é a decisão
Somos um só novamente
Em corpo, alma e coração

A enganar solenemente
A fingir que é inexistente
A tola e ingênua razão

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