Não sou
nada.
Nunca
serei nada.
Não
posso querer ser nada.
À parte
isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
...Se
meu nome é Renata, Luciana, Cristina ou Ana Paula, não importa, sou Patrícia e
isso não muda nada. Não sou namorada, noiva, esposa ou amante. Monocromática
por opção, não estou propensa à amizade colorida. Ainda assim, reconheço que a
cor negra é minha preferida (afinal democraticamente mistura todas as cores).
Recuso tons pastéis e admiro o encarnado. A ausência de luz não me amedronta,
enxergo bem melhor no escuro, mesmo assim prefiro estar à meia luz. Se sou
estranha, esquisita, diferente excêntrica ou exótica, tanto faz, pois tudo é o
mesmo e pode ser diverso aos olhos de quem me vê. Sou canhota, sou sinistra,
sou eu mesma, sou pessoa e diferente do Fernando não tenho heterônimos, apenas
a arte de sobreviver, sabendo que navegar é preciso... me identifico com Álvaro
de Campos e a sensação de ser estrangeira em qualquer lugar do mundo. Sei
exatamente e principalmente o que não quero. Não admito ser escolhida por homem
nenhum, faço a minha escolha, e se ele não me quiser, tenho determinação
suficiente para não ficar ao dispor e a mercê de suas vontades. Além disso,
quem perde é ele, sem falsa modéstia, sou especial. Meu posicionamento é fazer
o que me faz bem, mesmo que não seja nada reconhecido em cartório ou faça parte
das convenções sociais. Imponho que não há regras no amor nem na dor, também,
não há jogos de conquista, tão pouco de manutenção da mesma. O encanto há de
ser espontâneo, a vontade há de ser carnal, o envolvimento há de ser
espiritual. Tem que haver também amizade, parceria, lealdade e comprometimento.
Ninguém vai conseguir me modificar, entendi que de fato as pessoas não mudam (e
também que elas mentem). Prefiro dizer a verdade, sabendo que ela absolutamente
não existe. Atribuo a espontaneidade ao 1° de abril, por achar a data que
estreei divertida, e tanto faz se Áries ou Marte me dão predisposição à luta. Trabalho
muito e não espero que ninguém se orgulhe de mim, me orgulho eu mesma de
conseguir suportar esse cotidiano maluco que tenta uniformizar os indivíduos.
(Sou o sujeito que tem consciência de seus predicativos). Sendo forte, também
sou sensível, intensa, chorona, falo alto e estou sempre rindo. Não sou
bipolar, mas às vezes transito pelas antíteses... Quando bebo muito não me
esqueço de nada, nem da dor de cabeça, nem das minhas responsabilidades. Mulher
menina, mãe e filha... Quero e vou viver um dia de cada vez, apreciando o doce
e às vezes amargo sabor da descoberta. Se no final de tudo nada tiver sido ou
acontecido, não me importo, pois como disse Roberto (o Carlos) “Se chorei ou se
sorri, o importante é que emoções eu vivi”. E...para quem não me conhece, e
quiser perguntar alguma coisa, já vou logo dizendo que não vou responder, ainda
assim muito prazer...
Pat.
Texto escrito pela minha irmã e amiga, Patrícia Correa.
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