Quantos homens tu conténs?
Um exército inteiro.
Sozinho, és capaz de destruir o mundo,
E reconstruí-lo em seguida
Ainda mais belo.
Quantos sonhos tu conténs?
O de todas as amantes
Bem aventuradas por ti tocadas
E o pesadelo de teus inimigos
Que de ti só escapam porque dormem
Quantas vitórias tu conténs?
A de todos os reinos
A de todos os justos
As vitórias daqueles que lutam por seus ideais
E nunca se calam
Quantos amores tu conténs?
O dos arrebatados pelo Espírito
Que em seu louvor, a Ágape se entregam
O dos apaixonados pela Carne
Que em seu êxtase são levados por Eros e nunca mais são
vistos
O dos que amam o mundo como um todo
E Philos os leva então, pela mão, para que sejam nossos
bem-feitores
Então tu, que conténs tudo
Ao contemplar o céu estrelado
Ao sentir sobre os ombros o calor do sol
Tu, meu amigo, meu irmão, meu pai, meu filho, meu algoz, meu
amor
Tu levarás, ainda uma fração de segundo
Até perceberes que és tudo
Mas nada serás se não te enxergares
Dentro do único homem
Que a ti contém
E que nele, tu, grande guerreiro da Noite dos Tempos, estás
contido.
Contempla-te, nesse exato momento, a ti mesmo.
Dedicado ao meu amigo Aquiles Peleios